Apresentação

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Esta Revista é fruto de uma série de trocas que se deram por ocasião do curso Oito Temas para se Pensar a Sociedade na Era da Complexidade, presencial e on-line, realizado no âmbito do Programa de PósGraduação em Comunicação e Informação em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (PPGICS/Fiocruz), no primeiro semestre de 2015. Reunindo 11 trabalhos, ele tem por objetivo mostrar os diferentes olhares e reflexões dos alunos frente aos temas propostos para estudo em sala de aula. O resultado faz parte da primeira experiência de produção e edição colaborativa do laboratório de pesquisa “Núcleo de Experimentação em Tecnologias Interativas” (Next), mantido pelo Grupo de Pesquisa Tecnologias, Culturas, Práticas Interativas e Inovação em Saúde certificado pela Fiocruz, e hoje sediado na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), na mesma Instituição.

O Next surgiu na Fiocruz há oito anos tendo como missão experimentar as possibilidades do uso das tecnologias interativas, que surgiram com a internet e que conhecemos com o nome de Web 2.0, para a abertura do caminho na pesquisa, na educação formal e educação não formal, para a incorporação da internet e de práticas interativas e colaborativas no cotidiano, no Sistema Único de Saúde e na própria Fundação, assim como na sociedade.

Esta Revista surge como um dos primeiros resultados da pesquisa vinculada ao projeto da Capes (MCTI/CNPQ/MEC/CAPES Nº 22/2014) de criação de um protótipo de revista, considerada para-acadêmica ou na fronteira com a academia, que contemple novas práticas e processos de construção do conhecimento e novas formas de comunicar a ciência.

Os trabalhos que o compõem estão inseridos dentro da experimentação de um processo de edição e formas de produção colaborativa, interativa e compartilhada de conhecimento. Situam-se dentro do movimento conhecido como Ciência Aberta que pretende refletir, debater e investigar os modos existentes de produção e de comunicação científica e experimentar práticas alternativas, mais abertas, horizontais e cidadãs de construção do conhecimento.

Os textos foram escritos como trabalhos de conclusão do curso, partindo dos oito temas abordados durante as aulas (Paradigma da Ciência; Redes e Totalidade: da Cadeia de Produção às Redes Distribuídas; Processos Topdown ou Botton-Up: “Hierarquia ou Emergência”; Educação e Comunicação: “Transmissão de Mensagens” e “Disseminação de Conteúdo” ou Sincronização; Comunidades Virtuais e Reforma Sanitária; Economia P2P; Autoria e novas formas de patrimônio e produção de conhecimento; Democracia Representativa ou Ciberativismo). Os alunos presenciais e on-line escreveram textos colaborativos, com no mínimo dois autores, utilizando o Google Docs, um serviço em nuvem que permite que várias pessoas editem um mesmo documento simultaneamente.

Todo o processo de edição e avaliação do material escrito passou por revisão colaborativa, onde os próprios alunos do curso foram os pareceristas. Fazer a edição e a avaliação destes textos, dessa forma aberta, nos fez rever normas e modos institucionalizados de comunicar a ciência. Nesse sentido, coube ao processo, ao fluxo e à dinâmica um protagonismo maior do que ao produto final. Os filtros da qualidade e da certificação da produção científica, típicos papéis do peer review, apesar de levados em conta, não tiveram um papel excludente, visto que cederam o lugar à figura do parceiro, conselheiro e até mesmo do co-autor, onde ele, através de comentários no texto, oferecia dicas, apontava caminhos ou incongruências e sugeria melhorias. Isso abriu a possibilidade para que houvesse um diálogo entre pareceristas e autores. Na ideia da elaboração da Revista esteve presente a germinação de uma forma de avaliação que contribuísse para aprendizados da criatividade e da inovação, contributivos à construção de conhecimentos, ainda que em uma totalidade provisória.

Os artigos desta publicação constituem, cada um a sua maneira, um esforço de reflexão sobre temas ligados à democracia, participação e inclusão, princípios caros a todos aqueles que estão engajados em transformar suas práticas e experiências em trabalhos concretos que ajudem a enfrentar a complexidade dos desafios científicos e a urgência em resolver questões sociais, educacionais e de saúde. Cada um dos autores demonstrou estar produzindo ciência como ativistas, e não somente como acadêmicos, particularmente no que tange a dialogicidade entre pares e ao elevado espírito colaborativo, tão necessários nos dias atuais.

Esta obra pretende alcançar uma gama maior de possíveis leitores, para além do ambiente restrito da academia. Desta forma e como o objetivo era construir uma publicação do tipo para-acadêmica, não exigimos dos autores um formato único ou a padronização dos textos.

A ordem de apresentação dos artigos foi escolhida seguindo, mais ou menos, a ordem dos temas propostos no curso. Percebeu-se um interesse maior em torno de assuntos ligados à comunidades virtuais, comunicação via tecnologias digitais, educação e saúde. Através do primeiro texto escolhido para apresentar este e-book é possível ter um panorama do curso, sendo livre o acesso, através de links e imagens, ao material que circulou e permeou as reflexões durante o mesmo. Cada artigo possui o nome do parecerista e o link para o parecer. O trabalho “Novas tecnologias e redes sociais da internet” é um desmembramento, após a revisão dos pareceristas e a decisão dos autores, do trabalho Reflexões sobre as novas tecnologias da informação e comunicação na educação básica brasileira, por isso repetimos nesses dois textos os nomes dos pareceristas.

Nosso grupo do curso no Facebook continua ativo e aberto para todos os interessados através do link.

A realização desta coletânea exigiu a participação ativa e a colaboração voluntária de todos. Ele é o fruto de um trabalho colaborativo.

Parabéns a todos que fizeram parte dessa iniciativa e tenham todos uma boa leitura!

Os editores, pareceristas e autores
Janeiro 2016

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